O termo é recente, começou a ser utilizado por geólogos e geomorfológos na década de noventa para descrever a variedade do meio abiótico Gray(2004). É díficil saber-se quando é que este termo foi referido pela primeira vez de acordo com o mesmo autor.
Algumas das primeiras utilizações parecem ter sido na Tansmânia (Auatrália) em estudos em que alguns autores realizaram sobre a geoconservação.
Relativamente à definição de geodiversidade, são vários os autores que têm dado a sua contribuição.
- Nieto(2001) definiu geodiversidade com sendo o número e variedade de estruturas e materiais geológicos que constituem o substrato físico natural de uma região , sobre qual assenta a actividade orgânica , incluindo antrópica.
- A Sociedade Real para a Conservação da Natureza do Reino Unido in Morris & Parkes(2004) refere que a geodiversidade consiste na variedade de ambientes geológicos , fenómenos e processos activos que originam as paisagens, as rochas, os minerais, os fósseis e outros depósitos superfíciais que possibilitam a vida na Terra .
- Gray (2004) definiu a geodiversidade como sendo uma variedade natural de aspectos geológicos (rochas, minerais e fósseis), geomorfológicos (formas de relevo, processos) e do solo.
Conclui-se que a geodiversidade não só inclui apenas a componente abiótica do nosso planeta, mas também a biótica.
À geodiversidade são atriuídos vários valores :
-Valor intrínseco ou existencial, valor associado à simples existência das coisas, (neste caso da geodiversidade) e não à utilidade que podem ter para o homem;
-Valor cultural, valor colocado pela sociedade em algum aspecto do ambiente físico devido, ao seu significado cultural e comunitário;
-Valor estético, valor associado a atractividade visual do ambiente físico;
-Valor económico, relacionado com a dependência na utilização de materiais geológicos.
-Valor funcional, valor utilitário no seu contexto natural e com o seu valor no suporte dos sistemas físicos e ecológicos;
-Valor científico e educativo, na medida em que a geodiversidade é imprescindível para a investigacação científica e para a Educação em ciências na Terra.
As ameças, acontecem devido as ocorrências de processos naturais, como a erosão fluvial e costeira, ou com acções humanas.
Gray (2004) salieta as ameaças humanas como a exploração de recursos geoloógicos , a expansão urbana, a gestão das bacias hidrográficas a florestação, desflorestação e agricultura , a colheita de amonstras geológicas para fins não científicas, as actividades recreativas e turísticas, os fogos, entre outras.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009

Ameaças à biodiversidade
Para as taxas alarmantes de degradação de habitats e de extinção de espécies, identificam-se as seguintes ameaças à biodiversidade:
Mudanças na utilização dos solos, que fragmentam, degradam e destroem os habitats.
Alterações climáticas, que destroem e perturbam os ciclos de reprodução, obrigando os organismos móveis a deslocarem-se;
A sobre exploração dos recursos biológicos;
A difusão de espécies alóctones invasivas;
A mundialização, que aumenta a pressão devida ao comércio, e a má governação (incapacidade de reconhecer o valor económico do capital natural e dos serviços ecossístemicos);
A poluição do ambiente natural e habitats;
A acção do homem sobre o meio ambiente quase sempre teve efeitos negativos, porque não são usadas as devidas precauções.
Acontece muitas vezes que a poluição num determinado local, seja na água, no ar ou na terra, obriga a que muitas espécies de animais e plantas que aí vivem criem condições de forma a poderem adaptar-se para conseguir sobreviver no seu meio ambiente.
Noutros casos, a contaminação é tão forte que muitas espécies acabam por morrer e extinguem-se para sempre.
Além de um problema biológico, é também um problema social. A consequência mais preocupante da poluição é, neste momento, o aquecimento global. Toda a poluição que tem sido provocada pelo Homem tem levado a um aumento bastante considerável da temperatura média terrestre, que no futuro poderá levar à extinção da maioria das espécies actualmente existentes, incluindo a espécie humana.
Outro factor associado são as catástrofes naturais, que têm vindo a acontecer de forma cada vez mais intensa e em locais novos.
Um do tipos de poluição é a sonora, como o nome sugere, é o tipo de poluição provocada pelo som com elevada intensidade, considerados como ruído perturbador, tornando-se um problema ambiental e social.
Mas, onde se gera esta poluição sonora? Faz-se sentir nas grandes cidades, ou seja, nas zonas com maior densidade populacional.
As principais fontes deste tipo de poluição são as máquinas de construção civil, o trânsito e movimento caóticos nos grandes centros urbanos, as actividades industriais e o movimento de um elevado número de pessoas em espaços fechados.
Poderá trazer sérios problemas de saúde para a espécie humana, assim como para outras espécies. A exposição frequente a sons de alta intensidade pode provocar lesões auditivas graves, podendo mesmo levar à surdez. Além disso, a poluição sonora pode provocar stress e consequências que daí advêm, como dificuldade de concentração e dificuldade em dormir.
Este problema é reversível, ou seja, através do uso de medidas de prevenção é possível evitá-lo. Eis algumas formas de o fazer:
Sensibilizar a população no sentido de evitar longas exposições a sons demasiado intensos; uso de protecções nos ouvidos em trabalhos que exigem exposição a ruído; evitar a ida com frequência a discotecas e locais públicos com sons intensos; elaboração de acordos e tratados que regulem a emissão de ruído.
A poluição sonora é hoje um problema muito preocupante e cabe a todos fazer algo para o evitar, pois as suas consequências irão ser cada vez mais intensas.
Também temos poluição hídrica, que é um problema que afecta todo o planeta Terra, e que se tem tornado tema frequente de discussão entre cientistas e a população em geral. Tem sido bastante discutido, principalmente pelo seu impacto em diversos ecossistemas de forma simultânea, A poluição hídrica é a poluição no meio aquático. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), define-se como água poluída toda a água cuja composição tenha sido directa ou indirectamente alterada e invalide parcial ou totalmente os fins a que esta inicialmente se destinava.
Este tipo de poluição é gerado, geralmente, em zonas industriais. Com o avanço da tecnologia e da indústria, aumenta o número de fábricas. Muitas destas fábricas trabalham com produtos químicos e nocivos, que depois de utilizados são geralmente deitados fora. O que há de errado é o facto de rios e lagos servirem como local de depósito para esses mesmos químicos. A principal fonte de poluição hídrica é o Homem. Quer seja através de fábricas, quer seja através de simples gestos de lançar resíduos na água, o Homem é o principal responsável pela contaminação de rios, lagos e água de consumo. No fundo, é irónico que o ser humano polua algo que vai fazer parte da sua cadeia alimentar.
Mas, quais são as reais consequências reais da poluição hídrica? A água é um ambiente de vida para muitos seres vivos. Com a poluição e contaminação da água, várias espécies poderão morrer. Além das consequências para as espécies marinhas, são também consideráveis as possíveis consequências para o Homem. Tendo em conta que espécies de peixes servem de alimento ao Homem, estas ao morrerem irão comprometer a alimentação da espécie humana. Por outro lado, um dos recursos mais importantes e mais usados pelo Homem é a água. Se esta está poluída, poderá provocar doenças e levar mesmo à morte.
Há várias medidas que podem ser tomadas para evitar a poluição hídrica. Os governos dos diferentes países têm tomado medidas, nomeadamente alterações legislativas quanto à emissão de resíduos para a água por parte da indústria.
Outra medida poderá ser tratar as águas dos esgotos ao invés de as lançar directamente para o mar contendo ainda todos os poluentes e bactérias nocivos à vida marinha.
A água era até há bem pouco tempo considerada como um recurso renovável, mas esta ideia está a começar a alterar-se.
A forma como o Homem usa e polui a água é algo preocupante, e que a curto prazo poderá trazer consequências cada vez mais graves.
Uma das razões para que a biodiversidade deva ser protegida:
Os serviços ecossístemicos que presta: A natureza fornece-nos os elementos necessários à nossa vida e ao nosso bem-estar (alimentos, medicamentos, água, ar, etc.). Existe um limite para a capacidade de substituição, pelo engenho humano e pela tecnologia, desses serviços naturais.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Desertificação ameaça a biodiversidade

Uma das prioridades da intervenção da WWF é travar a desertificação, através do combate às alterações climáticas e à desflorestação e degradação das florestas.
Portugal é um dos países afectados pela desertificação, em parte devido à aridez do seu clima, caracterizado por 3 a 5 meses secos / ano, tal como outros Países da região Mediterrânica.
A zona de maior susceptibilidade à desertificação em Portugal é o sul e interior do País, onde os índices de aridez são mais elevados e os solos apresentam maior risco de erosão.
A diminuição da produtividade biológica devido à desertificação no Interior e no Sul do País, está também associada a uma diminuição da produtividade económica, o que poderá contribuir para acelerar o despovoamento rural.
O montado e os bosques de sobreiro, formando sistemas ecológica e economicamente sustentáveis funcionam como um importante instrumento de prevenção contra a desertificação. De facto, desde que adequadamente geridos, estes sistemas, geram níveis elevados de biodiversidade, melhoram a matéria orgânica dos solos, contribuem para a regulação do ciclo hidrológico e impedem a sua degradação.
A WWF identifica o sobreiro como espécie prioritária, pela sua importância para o combate à desertificação e às alterações climáticas. A WWF adopta como estratégia prioritária de intervenção no combate à desertificação e às alterações climáticas, a Prevenção da perda e degradação do coberto vegetal, actuando sobre a gestão social, ambiental e economicamente sustentável dos sistemas agro-florestais.
VALORES
Os valores são fundamentais em qualquer cultura , com base neste sentido é que se pode falar de valores à cultura do ambiente.
São já numerosos pensadores que se debruçaram sobre a problemática educacional dos valores. "Educar nos valores e para os valores".
A construção de um sistema de valores e a aquisição dos conhecimentos, atitudes e capacidades necessárias à cidadania, numa sociedade democrática, ilustrariam as duas faces da auto-realização: a face interna ou expressiva que visa, sobretudo, responder às necessidades, motivações e regulações interiores, e a face externa ou adaptativa que visa, sobretudo, responder às exigências, pressões e critérios do ambiente.
Alerta-se para as duas vertentes constitutivas do ser humano - personalização e socialização - a que a educação imperiosamente deve atender, qualquer que seja a via de auto-realização do educando.
Joel Rosnay um dos nomes associados a teorias de tendência sistémica e ecológica, nos seus livros O Macroscópio (1977) e Caminhos da Vida (1984) faz a apologia dos valores que emergem na sociedade organizada com base no pensamento; este permite uma visão global do mundo associada a uma abordagem unificadora, capaz de integrar os contributos oferecidos pela ecologia, pelas teorias dos sistemas e da informação.
Abandonando abordagens de carácter linear, preconiza uma abordagem centrada nas interdependências e apresenta uma teoria sistémica da educação, integrada numa visão global do mundo. Para este autor, a educação sistémica considera o homem na sua multidimensionalidade. Em termos práticos, esta forma de conceber a educação, evitaria definições muito precisas, que podem ameaçar a imaginação.
A educação deve procurar sempre uma visão integrada dos saberes e relacionar entre si os factos e os conhecimentos a adquirir. Enquanto a primeira perspectiva acentua os valores centrados na auto-realização da pessoa-em-sociedade, Rosnay frisa a importância da correcta articulação entre a diversidade dos valores e a complexidade da realidade factual. Toffler (1984) coloca, argutamente, o problema de um futuro, certo e desconhecido, onde será preciso, com as competências de hoje, lidar adequadamente com o ainda-não-mudado, a mudança e o já-mudado.
Alvin Toffler (1984), perspectiva a relação entre a educação e a sociedade em termos de futuro. Diz-nos que o amanhã será, forçosamente, diferente do hoje e que não se pode conceber uma educação em ordem ao futuro com base em imagens do passado ou do presente. A educação compete desenvolver a capacidade de adaptação à mudança. Isto supõe uma interacção constante entre a escola e a comunidade. Daqui se deduz que a escola, nos seus diversificados sub-sistemas, deve reconhecer, teórica e praticamente, o alcance educativo de actividades, consideradas muitas vezes não produtivas, como, por exemplo, as ecológicas.
São já numerosos pensadores que se debruçaram sobre a problemática educacional dos valores. "Educar nos valores e para os valores".
A construção de um sistema de valores e a aquisição dos conhecimentos, atitudes e capacidades necessárias à cidadania, numa sociedade democrática, ilustrariam as duas faces da auto-realização: a face interna ou expressiva que visa, sobretudo, responder às necessidades, motivações e regulações interiores, e a face externa ou adaptativa que visa, sobretudo, responder às exigências, pressões e critérios do ambiente.
Alerta-se para as duas vertentes constitutivas do ser humano - personalização e socialização - a que a educação imperiosamente deve atender, qualquer que seja a via de auto-realização do educando.
Joel Rosnay um dos nomes associados a teorias de tendência sistémica e ecológica, nos seus livros O Macroscópio (1977) e Caminhos da Vida (1984) faz a apologia dos valores que emergem na sociedade organizada com base no pensamento; este permite uma visão global do mundo associada a uma abordagem unificadora, capaz de integrar os contributos oferecidos pela ecologia, pelas teorias dos sistemas e da informação.
Abandonando abordagens de carácter linear, preconiza uma abordagem centrada nas interdependências e apresenta uma teoria sistémica da educação, integrada numa visão global do mundo. Para este autor, a educação sistémica considera o homem na sua multidimensionalidade. Em termos práticos, esta forma de conceber a educação, evitaria definições muito precisas, que podem ameaçar a imaginação.
A educação deve procurar sempre uma visão integrada dos saberes e relacionar entre si os factos e os conhecimentos a adquirir. Enquanto a primeira perspectiva acentua os valores centrados na auto-realização da pessoa-em-sociedade, Rosnay frisa a importância da correcta articulação entre a diversidade dos valores e a complexidade da realidade factual. Toffler (1984) coloca, argutamente, o problema de um futuro, certo e desconhecido, onde será preciso, com as competências de hoje, lidar adequadamente com o ainda-não-mudado, a mudança e o já-mudado.
Alvin Toffler (1984), perspectiva a relação entre a educação e a sociedade em termos de futuro. Diz-nos que o amanhã será, forçosamente, diferente do hoje e que não se pode conceber uma educação em ordem ao futuro com base em imagens do passado ou do presente. A educação compete desenvolver a capacidade de adaptação à mudança. Isto supõe uma interacção constante entre a escola e a comunidade. Daqui se deduz que a escola, nos seus diversificados sub-sistemas, deve reconhecer, teórica e praticamente, o alcance educativo de actividades, consideradas muitas vezes não produtivas, como, por exemplo, as ecológicas.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
RELATÓRIO DA IUCN
De acordo com um relatório da IUCN as metas de redução da perda de Biodiversidade em 2010 não serão cumpridas e a crise da biodiversidade é tão ou mais grave do que se pensava, pondo em risco também as populações humanas.
O relatório é publicado a cada 4 anos e faz uma avaliação da situação das espécies que integram a Lista Vermelha. Numa altura em que está prestes a expirar o prazo para a concretização do objectivo de redução da biodiversidade previsto para 2010 o relatório deste ano - “Vida Selvagem num Mundo em Mudança” - não traz boas notícias, indicando que a meta não vai ser atingida.
De acordo com os resultados, das 44 838 espécies analisadas há 869 Extintas ou Extintas na Natureza, que ascendem a 1159 se considerarmos também as 290 espécies Criticamente em Perigo classificadas como Possivelmente Extintas. Globalmente são 16 928 as espécies ameaçadas mas tendo em conta que apenas 2,7% das espécies do mundo foram analisadas o número está muito subestimado.
Nos sistemas de água doce cerca de 78% dos peixes estão ameaçados na Europa e 28% na África Oriental. A grande conectividade dos sistemas aquáticos de água doce permite à poluição e às espécies invasoras expandir-se rapidamente e o desenvolvimento dos recursos aquáticos constitui também uma ameaça.
Nos oceanos o cenário é igualmente “negro”. Com efeito, o relatório revela que uma grande proporção das espécies marinhas enfrenta potenciais perdas irreversíveis devido à sobrepesca, às Alterações Climáticas e à poluição. Os casos mais preocupantes incluem o grupo das raias e tubarões, as tartarugas marinhas e os corais que constituem os recifes, sendo que 27% das espécies deste estão ameaçadas, 20% estão quase ameaçadas e não existem dados suficientes para outros 17%. Por outro lado, também as aves marinhas estão muito mais ameaçadas que as terrestres com 27,5% em perigo de extinção em comparação com os 11,8% das espécies terrestres.
Entre os vertebrados terrestres 1/3 dos anfíbios, bem como mais do que 1 em 8 aves e quase 1/4 dos mamíferos encontram-se ameaçados. E no caso das plantas a situação é ainda mais grave com 28% das coníferas e 52% das cicas com estatuto de ameaça. Entre as causas que estão por detrás destes tristes números estão a destruição de habitat através da agricultura, indústria madeireira e o desenvolvimento. Por outro lado, a situação dos anfíbios é agravada pela doença fúngica quitridiomicose enquanto que para as aves as espécies exóticas invasoras e a caça são os maiores problemas.Por fim, para os mamíferos a caça furtiva é a maior ameaça a seguir à perda de habitat. Embora as Alterações Climáticas não sejam a maior ameaça à vida selvagem, isto deve em breve mudar. Com efeito, segundo o relatório, uma parte significativa de aves, anfíbios e corais que não estão ameaçados são sensíveis às Alterações Climáticas.
Por outro lado, numa outra análise, os índices calculados no relatório permitem avaliar as tendências populacionais de certos grupos de espécies e os resultados apontam para uma deterioração da situação das aves, mamíferos, anfíbios e corais. Por outro lado também as espécies de mamíferos e aves usados como alimento ou pelas suas propriedades medicinais estão cada vez mais ameaçadas, prevendo-se que a diminuição da sua disponibilidade afecte o bem-estar das pessoas que delas dependem directamente.
Segundo Craig Hilton Taylor, gestor do grupo de trabalho da Lista Vermelha “O relatório é deprimente. Diz-nos que a crise da extinção é tão ou mais grave do que acreditávamos. Mas também nos revela quais as tendências [populacionais] das várias espécies e por isso será uma componente essencial nos processos de decisão. Na contagem decrescente até 2010 a comunidade internacional deveria utilizar este relatório sabiamente para lidar com a situação.
De acordo com um relatório da IUCN as metas de redução da perda de Biodiversidade em 2010 não serão cumpridas e a crise da biodiversidade é tão ou mais grave do que se pensava, pondo em risco também as populações humanas.
O relatório é publicado a cada 4 anos e faz uma avaliação da situação das espécies que integram a Lista Vermelha. Numa altura em que está prestes a expirar o prazo para a concretização do objectivo de redução da biodiversidade previsto para 2010 o relatório deste ano - “Vida Selvagem num Mundo em Mudança” - não traz boas notícias, indicando que a meta não vai ser atingida.
De acordo com os resultados, das 44 838 espécies analisadas há 869 Extintas ou Extintas na Natureza, que ascendem a 1159 se considerarmos também as 290 espécies Criticamente em Perigo classificadas como Possivelmente Extintas. Globalmente são 16 928 as espécies ameaçadas mas tendo em conta que apenas 2,7% das espécies do mundo foram analisadas o número está muito subestimado.
Nos sistemas de água doce cerca de 78% dos peixes estão ameaçados na Europa e 28% na África Oriental. A grande conectividade dos sistemas aquáticos de água doce permite à poluição e às espécies invasoras expandir-se rapidamente e o desenvolvimento dos recursos aquáticos constitui também uma ameaça.
Nos oceanos o cenário é igualmente “negro”. Com efeito, o relatório revela que uma grande proporção das espécies marinhas enfrenta potenciais perdas irreversíveis devido à sobrepesca, às Alterações Climáticas e à poluição. Os casos mais preocupantes incluem o grupo das raias e tubarões, as tartarugas marinhas e os corais que constituem os recifes, sendo que 27% das espécies deste estão ameaçadas, 20% estão quase ameaçadas e não existem dados suficientes para outros 17%. Por outro lado, também as aves marinhas estão muito mais ameaçadas que as terrestres com 27,5% em perigo de extinção em comparação com os 11,8% das espécies terrestres.
Entre os vertebrados terrestres 1/3 dos anfíbios, bem como mais do que 1 em 8 aves e quase 1/4 dos mamíferos encontram-se ameaçados. E no caso das plantas a situação é ainda mais grave com 28% das coníferas e 52% das cicas com estatuto de ameaça. Entre as causas que estão por detrás destes tristes números estão a destruição de habitat através da agricultura, indústria madeireira e o desenvolvimento. Por outro lado, a situação dos anfíbios é agravada pela doença fúngica quitridiomicose enquanto que para as aves as espécies exóticas invasoras e a caça são os maiores problemas.Por fim, para os mamíferos a caça furtiva é a maior ameaça a seguir à perda de habitat. Embora as Alterações Climáticas não sejam a maior ameaça à vida selvagem, isto deve em breve mudar. Com efeito, segundo o relatório, uma parte significativa de aves, anfíbios e corais que não estão ameaçados são sensíveis às Alterações Climáticas.
Por outro lado, numa outra análise, os índices calculados no relatório permitem avaliar as tendências populacionais de certos grupos de espécies e os resultados apontam para uma deterioração da situação das aves, mamíferos, anfíbios e corais. Por outro lado também as espécies de mamíferos e aves usados como alimento ou pelas suas propriedades medicinais estão cada vez mais ameaçadas, prevendo-se que a diminuição da sua disponibilidade afecte o bem-estar das pessoas que delas dependem directamente.
Segundo Craig Hilton Taylor, gestor do grupo de trabalho da Lista Vermelha “O relatório é deprimente. Diz-nos que a crise da extinção é tão ou mais grave do que acreditávamos. Mas também nos revela quais as tendências [populacionais] das várias espécies e por isso será uma componente essencial nos processos de decisão. Na contagem decrescente até 2010 a comunidade internacional deveria utilizar este relatório sabiamente para lidar com a situação.
sábado, 31 de outubro de 2009
O valor da biodiversidade

A palavra biodiversidade apareceu há não muito tempo. Certamente, tornou-se conhecida a partir de uma reunião realizada nos Estados Unidos, cujos trabalhos foram publicados em 1988, num livro organizado pelo ecólogo Edward O. Wilson, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O conceito de biodiversidade procura referir e integrar toda a variedade que encontramos em organismos vivos, nos mais diferentes níveis.
Como se trata de um tesouro vivo, é preciso aprender a explorá-lo sem esgotar-lhe a vida que é, ela própria, a primeira razão e última do seu imenso valor económico e social.
Com esse artigo pretendemos reflectir o que vem a ser a biodiversidade. Cogitar ainda o seu sentido na importância inter-relacional da vida, do planeta e do equilíbrio do meio ambiente. Em seguida, reflectimos sobre os desafios a conhecer das atitudes prejudiciais ao meio ambiente e como conceber um valor à biodiversidade.
Os humanos têm que viver dentro das mesmas limitações ecológicas que as outras espécies do planeta, incluindo o Homem, estão dependentes da capacidade de carga do meio. Muita da poluição e degradação ambiental acaba por prejudicar directa ou indirectamente o Homem.
Cada espécie tem o direito a existir, todas as espécies representam soluções biológicas únicas, resultando de um processo evolutivo único que demorou milhões de anos. Quando o Homem é responsável pela sua extinção, não está apenas a extinguir uma espécie, mas toda uma linha evolutiva que inclui todas as espécies que poderiam evoluir a partir dela. Trata-se no fundo, do ponto de vista evolutivo.
A diversidade biológica é indispensável para o estudo de questões científicas de fundo e de grande importância para a humanidade como a origem da vida e a evolução.
Torna-se clara a necessidade de mudar o comportamento do homem em relação à natureza, no sentido de promover, sob um modelo de desenvolvimento sustentável, a compatibilização de práticas económicas, com reflexos positivos evidentes na qualidade de vida dos cidadãos.
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